quarta-feira, 10 de junho de 2015

Passeio - Visita ao Edifício Martinelli no Centro Histórico de São Paulo





Giuseppe Martinelli foi o idealizador do Edifício Martinelli, na época, o mais alto, luxuoso e charmoso edifício da América Latina. Um marco na verticalização da cidade de São Paulo, primeiro aranha-céu, com 30 andares. A construção foi iniciada em 1924 e a inauguração aconteceu em 1929.

O empresário ítalo-brasileiro nasceu em Lucca, na Itália, em 1870 e morreu em 1946, aos 76 anos. Deixou um vasto patrimônio; só a papelada do inventário pesava cerca de 30 quilos.

Chegou ao Brasil em 1892, junto com o irmão, primeiro no Rio de Janeiro, depois foi para a cidade de Santos/São Paulo, onde  trabalhou como pedreiro, carpinteiro, açougueiro, comerciante e depois como despachante aduaneiro.

Na primeira guerra mundial, Giuseppe Martinelli percebeu a necessidade de transporte de produtos agrícolas entre o Brasil e a Europa e criou em 1917, a empresa de navegação Lloyd Nacional. Em 1922 já estava com 22 navios e casas bancárias. Mais tarde, quando retornou ao Rio de Janeiro, construiu mais 8 edifícios, todos com quase 20 andares.

Maria Bonomi, neta de Giuseppe Martinelli, é renomada artista plástica, um dos mais expressivos nomes da gravura brasileira, com reconhecimento internacional. Nascida em Meina, Piemonte, Itália. Vive em São Paulo desde 1946 - Wikipédia.

Por volta de meio dia já estávamos na porta do Edifício Martinelli, em uma pequena fila, aguardando a chamada para a visita.


Na fila, eu admirava outro ícone da cidade de São Paulo, o Edifício Altino Arantes, também conhecido como Prédio do Banespa.


Já no hall de entrada do Edifício Martinelli, esperando para assinar o livro de visitas, na recepção.



O elevador parou no 26º andar, na cobertura ou terraço, aonde tiramos as fotos que seguem. Neste terraço, foram construídos mais 4 andares, totalizando em 30 andares.

São 1.200m² de área livre, para ter um ângulo de 360º, onde a cidade de São Paulo pode ser contemplada a norte, sul, leste e oeste. E é neste terraço que as visitas acontecem.




Algumas mesas grandes e muitas cadeiras empilhadas estavam dentro deste salão. Talvez uma sala de reunião? O Prédio do Banespa ao fundo. 


Em cada extremidade do salão, há esta porta e escada.






Detalhes da parede e piso do terraço.


Corredor lateral e escada com piso em mármore.






A seguir, uma bela imagem do imenso terraço, no 26º andar e do palacete bem no centro, com seus quatro andares, onde o Comendador Martinelli morou, totalizando em 30 andares! Imaginem se o Brasil fosse um país que preservasse com esmero a sua história, como nos países europeus! Certamente este ícone estaria muito mais cuidado!


Nestes 4 andares, onde morou com a família, Giuseppe Martinelli mandou fazer uma vila em estilo italiano, com 800 m² de área construída, sendo 15 cômodos, salão de festas, quartos de hóspedes e casa de empregados. Mudou-se em 1929, sendo que já morava no 9º andar do edifício.

Do grande terraço, eu fotografei o palacete. A visita ao palacete não foi permitida .... gostaria tanto de conhecer!






 A vista que temos de São Paulo é espetacular!



O edifício com o heliponto é o Palácio dos Correios, no Vale do Anhangabaú.


Vista da Rua Álvares Penteado, a partir do Largo do Café.


E alguns pontos, a vista não é nada bonita ...


Olha lá o Mosteiro de São Bento!


Para projetar o Edifício Martinelli, o Comendador contratou o arquiteto húngaro William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena.

 Foto by Google Imagens

Os detalhes da rica fachada foram desenhados pelos irmãos Lacombe.




A maioria do material usado foi importada e escolhida a dedo pelo Comendador Martinelli:
Suíça e Noruega - cimento;
Letônia - madeira;
Carrara, na Itália - mármore;
Suíça novamente - elevadores;
Inglaterra - ferragens e todo o material para compor as salas de banho;
Bélgica - espelhos e papel de parede.

Inicialmente, a divisão do Martinelli era assim:
Rua Líbero Badaró - parte residencial, voltada para a área mais nobre e rica da cidade;
Rua São Bento - a parte comercial;
Rua São João - o Hotel São Bento e os Salões Verde e Mourisco, frequentados pela alta sociedade paulistana.

Havia também o Cine Rosário, outro ponto de encontro, nas noites de sexta-feira, da alta sociedade paulistana (na época, a mais luxuosa sala de cinema da cidade).

Além de moradores, empresas e o cinema, havia também um clube húngaro e escola de dança (de Arturo Patrizi, professor de dança e também morador do Edifício Martinelli).

Quer saber mais sobre o Edifício Martinelli? Clique aqui: Restaurante Grego Acrópoles no Bom Retiro/São Paulo

Aproveite para tomar um café e comer um delicioso Pastel de Natas, bem pertinho de Edifício Martinelli - clique aqui para conhecer: Casa Mathilde (Doçaria Portuguesa)

Obrigado pela visita! Abraço!




4 comentários:

  1. Adorei passear, ver belezas e aprender contigo! bjs, lindo dia e fds! chica

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    1. É uma história rica Chica, a do Giuseppe Martinelli. Nem consegui contar na totalidade.
      Um bom final de semana para você amore s2, bjux.

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  2. Passei tantas vezes na porta deste prédio e nunca sequer pensei na história que tem! Eu era menina.....andei por aí no início dos anos 60 do último século no milênio passado. Adorei conhecer hoje.
    Tem sido uma delícia acompanhar seus passeios minha querida Maria Glória♡
    Beijo grande!

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    1. Astrid, a completa história que envolve este edifício e o seu empreendedor é complexa, grande. Não dá para contar todos os detalhes.
      Um homem visionário e muito interessante. E morreu muito desgostoso da vida, com uma história final nada bacana.
      Mas assim são as histórias, com seus altos e baixos e eu gosto de ouvir quase todas.
      Um beijo amore s2.

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